HISTÓRIA

Em 2003 a paisagista Stella Guerreiro imaginou criar a receita certa entre petiscos caseiros e deliciosos, caldos e sopas fumegantes, cerveja gelada, caipirinhas e boa música.
A idéia era ouvir música à antiga, deixando rodar os LPs do impecável e raro acervo da casa.
O mote do Tocador de Bolacha, então, era o vinil – na decoração jogos americanos e cardápios, cópias de capas de LPs plastificadas, porta-guardanapos e bancos com bricolagem de discos de 78 rpm danificados.
Reduto de grandes músicos, dava lá uma vontade de tocar, alguém pegava o violão e era o início de saborosas rodas que seguiam a noite. Músicos criativos, simples, profissionais e espontâneos à exaustão – a ponte entre o Tocador de Bolacha da música ambiente em vinil e o Bar Tocador de Bolacha em 2009: música ao vivo referência em São Paulo.
O público, uma clientela de alta fidelidade, tornou o Bar Tocador de Bolacha conhecido não apenas na Vila Madalena mas nos quatro cantos do mundo.


CARTA DE ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DO  BAR TOCADOR DE BOLACHA



São Paulo, 01 de dezembro de 2009

"Das ist doch einmal etwas, aus dem sich etwas lernen lässt."
"Aqui está algo com que se pode aprender."
Wolfgang Amadeus Mozart,  ao ouvir um moteto de Bach.


Caros amigos e clientes.
Anunciamos oficialmente o encerramento das atividades do Bar Tocador de Bolacha.
Esta decisão reflete o compromisso do bar com a música de qualidade e a incansável busca do simples.
Independente do fim do espaço, um grande laboratório musical, garantiremos a continuidade de alguns dos inúmeros trabalhos desenvolvidos, seja carregando nossa experiência para outros grupos, seja divulgando e apoiando projetos, shows e eventos.
Lamentamos que alguns de nossos projetos não tenham sido colocados à frente totalmente, como nossa Primavera de Violões, a continuação de nossos saraus e a restauração de nosso auditório, que passou por diversos problemas devido à chuva e foi fechado para  reforma.
Temos muitos agradecimentos a serem feitos, ficando difícil até mesmo enumerá-los.
Agradecemos a todos aqueles que tocaram, apoiaram, participaram e estiveram presentes  em todas as fases e nos sentimos muito recompensados em ter deixado algum tipo de legado.
Inicialmente deixo meus agradecimentos a meu querido Antônio Mineiro, violonista, compositor, arranjador, companheiro de todos os momentos de muito trabalho, muito sangue, muito suor e lágrimas muitas, responsável pela introdução da música ao vivo no Tocador de Bolacha e programador musical da casa.
Deixamos nossos agradecimentos especiais pelas prosas e brindes, pelos discos e materiais, pela dedicação e empenho a: Antônio Mineiro, Eduardo Rodrigues, Ítalo Peron, Jane do Bandolim, Lula Gama, Mário Mammana, Rodrigo Oliveira, Tadeu Romagnolli, Thais Duque Estrada, Walter Lacerda, além de todos que nos apoiaram e todos os grupos e músicos não citados, não menos importantes.

“Hei-de soprar no trompete até Anjo Gabriel dizer “basta” !
Depois, junto-me a ele e formamos um duo,
pois deve tocar trompete como gente grande”
Louis Armstrong
(n. Nova Orleães 1901; Nova Iorque 1971)


Stella Guerreiro